sábado, 3 de março de 2012

Enfim, o que posso dizer do meu trabalho!?


























        Missão cumprida talvez. Imagino ter aprendido muito mais do que ensinado. Costumava dizer "certeza absoluta" para algumas coisas, a verdade é que nunca tive certeza de nada, absolutamente nada do que fazia e dizia embora isso parecesse importante pra mim a todo momento. Se é que eu tenho algo pra dizer próximo da verdade, é que eu aprendi muito mais do que ensinei com todos com os quais me relacionei. É questão de estar aberto o suficiente para isso, e não do conteúdo do que se trata, isso é apenas o superficial e o aparente, você conhece as pessoas e consequentemente a vida por aquilo que há de menos óbvio na relação. Ainda quererei morrer buscando essa acuidade, essa sensibilidade que encontra constantes em modus vivendi variados. Entender modus vivendi como visão de mundo, regras sociais, perspectiva, correspondência entre atos e pensamentos. Disso agora creio que troca cultural é muito mais poderosa do que imaginava a princípio, quando olho pra trás e vejo que meu inglês cresceu assustadoramente apenas por 4 regrinhas que sistematizei:

1-Estar absolutamente aberto à exposição, à falha e ao vexame.
2-Ouvir a própria demanda e agir de acordo, com expectativa alta e crendo nisso.
3-Todo resultado é um resultado desejado.
4-Estas regras não são para aprender inglês, são para aprender a viver.

Regra extra: "O tal de Murphy não só era só um fracassado...era um conformado."

             Conheci um cara incrível, um mexicano formado em matemática que fala DOZE idiomas com fluência em 7 ou 8 e viajou pra mais de 30 países antes dos 25 anos. Meu ídolo. Serei como ele algum dia. A simpatia em pessoa, se dá bem com todo mundo e não só isso, ele quer estar ali, em corpo e alma, (seja lá o que for alma, mas um nível diferente de presença está ali) ele realmente é o cara. Quando ele pergunta se você está bem, não é pergunta retórica, quer saber que tipo de energia seremos capazes de compartilhar ali. Posteriormente me preocupei em dissecá-lo interrogando-o sobre como conseguira destas proezas que citei, sem saber que eu já possuia a resposta das 4 regras que hoje tomo como principal. Entretanto, essa é minha perspectiva hahaha, talvez vocês estejam mais interessados na visão profundamente mais gabaritada dele sobre como aprender um idioma...

...e o que ele me disse foi o seguinte: "Não deposite demasiada confiança em cursos tradicionais de inglês, existem duas formas realmente eficientes de se aprender um idioma e isso é indo para o país em questão e simplesmente falar."

...

esperando...

...

esperando...


EU: Perae meu amigo! Você não está esquecendo de nada não? Você disse DUAS formas...

Patro: Hehehe... a outra, é arranjando uma namorada que fale tal idioma"

(Opaaaaa!!! Estou fazendo isso absolutamente certo. A minha garota fala 4!!! xD)

                Mais tarde fui descobrir... ele me disse que fez inglês por ANOS (não lembro de ter perguntado quantos) e não conseguiu aprendeu o que aprendeu (absolutamente fluente!) ao falar diariamente em 6 meses. Olhando para o meu próprio progresso, não tenho dúvidas quanto a coerência do que disse esse mestre.
                Isso é o tipo de coisa que te deixa certo de ter tido uma experiência única. Quando você narra um aprendizado concreto que parece ser abstrato de tão transcendental, aparece também a certeza de que não pode sequer enumerar e qualificar aquelas desde o princípio abstratas. Aquele tipo de evolução que como futuro psicólogo hesito em chamar de espiritual. Tente ver isso como o tipo de reflexão possível que se faz quando fora da preocupação com o sistema produtivo imediato, aquele de viés existencialista, aquele que vem de ti para ti e que apenas ti podes entender. Sobre tua linguagem interior e como se movimenta seu fluxo interno. Aquele que parece faiscar quando ouves tua música mais tocante ou quando acorda no meio da noite pensando em alguém, aquele mesmo sentimento-reflexão que ameaça derrubar-te por saudade daquele momento mais sublime de tua infância que  até hoje não sabes explicar como ainda se lembras daquilo...


Mais um vídeo pra representar um atual momento.





                    Ainda não falei de trabalho trabalho mesmo, e algumas pessoas me cobram algo disso. Minhas crianças que aqui deixo irão muito bem na vida, tenho certeza disso. Todos as turmas, os de 16 anos das segundas e quintas feiras, os de 8 e 9 anos das quartas feiras, e as minhas meninas boleiras das terças feiras. Todos vocês tem espaço mais do que reservado no meu coração. Para sempre. Vocês me mudaram e a lembrança de vocês continuará a fazê-lo por muitos anos, espero. Uma das minhas boleirinhas, de apenas 15 anos poderia ter sido uma profissional com certeza, pois é a melhor que já vi jogando em todos esses anos de futebol, mas minha análise para por aqui se por ora eu quiser manter meu nível de sanidade e de esperança em um futuro mais do que adequado, justo. Isso ainda compõe minha nova motivação.
                Experiência de ter se tornado mais humano, de ter voltado com a fé e a esperança em transformar a realidade à minha volta. Voltei  a amar e ser fã do ser humano. Alguns dizem que fiquei louco. Tanto faz a alcunha. Criei uma metáfora na qual venho pensando psicologicamente: tanto é a complexidade emocional, e as vivências de cada pessoa, cada indivíduo é tão único em suas virtudes e fraquezas, em seus egoísmos, em sua sede de poder, em toda sua configuração vivencial...cada momento é sofrido e batalhado, cada virtude pode ser uma carga, cada carga pode ser um impulso, tudo isso de tal forma que acredito que se todos as pessoas conhecessem o mais profundo íntimo de cada uma das outras, com todas suas motivações e medos por trás até mesmo das atitudes consideradas podres e mesquinhas, entenderíamos quão solitários podemos ser, e seríamos todos fãs incondicionais uns dos outros até o fim de nossas vidas. Podem se lembrar do Show de Truman com Jim Carrey como uma pequena parte disso, todos assistem a "libertação" autopromovida do personagem, ao mesmo tempo que se emocionam com as pormenoridades enfrentadas, e se identificam com os egoísmos praticados. Nessa linha de raciocínio acredito e reafirmo, todos seríamos fãs de todos. Voltei a amar o ser humano e a querer mais do mesmo, em virtudes e defeitos, mas que possamos evoluir.
         Escrevendo este parágrafo em lágrimas me despeço, agradecendo... Obrigado Phnom Penh...obrigado humanidade, amo todos vocês com todos os seus defeitos, mais do que ontem, provavelmente menos que amanhã.







Próximo post: Retrospectiva, apenas fotos e vídeos dos momentos marcantes. Quase todos inéditos.



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                 Mission accomplished perhaps. I imagine I learned much more than taught. I was used to say "sure" to some things, the truth is that was never sure of anything, absolutely anything I did and said although it seemed important to me all the time. If it is that I have something to say close to the truth is that I learned much more than I taught with all with whom I have listed. It's about being open enough for that, not the content of what it is, this is only superficial and apparent, you know the people and consequently their lives for that which is less obvious in the relationship. Still want to die seeking such accuracy, the sensitivity that is constant in different "modus vivendi" (from latin, means way and habit´s life). Understanding modus vivendi as a world view, social rules, perspective, correspondence between thought and deed. Now that I think cultural exchange is much more powerful than I thought at first when I look back and see that my English has skyrocketed by only 4 simple rules that I systematized:

1-Being absolutely open exposure, failure and shame. 
2-Play's own claim and act accordingly, with high expectations and believing it.
3-Each result is a desired result. 
4-These rules are not to learn English, is to learn how to live.

 Extra rule: "The said Murphy was not only a failure ... it was only a resigned."

             
I met an amazing guy, a Mexican graduated in math who speaks TWELVE languages ​​with fluency in 7 or 8 and traveled to over 30 countries before age 25. My idol. Gonna be like him someday. The sympathy in person, gets along with everybody and not only that, he wants to be there in body and soul (whatever that is soul, but a different level of presence is there) the guy he really is. When he asks if you're right, it is not rhetorical question, want to know what kind of energy we will be able to share there. Later bother to dissect it questioned him about how he did these feats I mentioned, not knowing that already had the answer of the four rules that take today as the principal. However, this is my perspective haha, maybe you are more interested in the vision more credible of him about how to learn a language ...And ... what he told me was:


 "Do not dispose of too much trust in traditional courses of English, there are two really efficient ways to learn a language and it is going to the country in question and just talk."
 ...

 waiting ...

 ...

waiting...


 ME: Wait a minute my friend! You're not forgetting anything right? You said TWO ways ...

 Patro: Hehehe ... the other is arranging a girlfriend who speaks that language"
 (Wooow!!! I am doing it absolutely right. My girl speaks four! XD)

                   
Later I find out ... he told me he studied English for YEARS (not remember asking how many) and could not learn what he learned (quite fluent!) at 6 months. Looking at my own progress, I have no doubts about the coherence of what this master said.
                
This is the kind of thing that makes you sure have had a unique experience. When you tells a concrete learning that seems so abstract transcendental, you also have the certainty that can not even enumerate and describe even abstract ones. That kind of evolution as a future psychologist hesitate to call spiritual. Try to see it as a kind of reflection can you do when out of concern for the immediate production system, that bias existentialist, who comes from you to you and only you can understand. Your inner language and how to move your internal flow. That seems to sparkle when you hear your music more touching or when you wakes up at night thinking about someone, that same feeling-reflection that threatens to topple you longing for that most sublime moment of your childhood that you do not know to this day still remember how to explain what ...


                  I have not spoken work the same job, and some people charge me some of that. My children who I let here, will be success in life, I'm sure. All classes, the 16 years of Mondays and Thursdays, the 8 and 9 years of Wednesdays, and my footballers girls of Tuesdays. All you have space reserved in my heart. Forever. You changed me and the memory of you will continue to do so for many years, I hope. One of my girls students, only 15 years could have been a professional for sure, she is the best I've ever seen in all my years playing football, but my analysis stop here for now if I want to keep my level of sanity and hope for a future more than adequate, fair. That still makes up my new motivation. Experience has become more human, I returned to the faith and hope to transform the reality around me. I came to love and be a fan of the human being. Some say that I´m crazy. Whatever the moniker. I created a metaphor in which I have been thinking psychologically: so is the emotional complexity, and the experiences of every person, every individual is so unique in their strengths and weaknesses in their selfishness, in its thirst for power, in all its existential setting .. . every moment is suffered and struggled, each result can be a load, each load can be a boost, it all so I believe that if all people knew the deepest depths of each other, with all its motives and fears behind even the attitudes considered bad and mean, we would understand how we can be lonely, and we would all die-hard fans of each other until the end of our lives. Can you remember the Truman Show with Jim Carrey as a small part of it, everybody watches the "liberation" selfpromoted character, while emote little things faced with, and identify with the selfishness practiced. I believe this line of reasoning and reaffirm, we would all be fans of all. I came to love humans and want more of the same virtues and defects, but we can evolve.
         
Writing this paragraph in tears I say goodbye, thanking ... Thank you ... thank Phnom Penh, thank humanity, love you all with all its faults, more than yesterday, probably less than tomorrow.

Next post: Retrospective, just pictures and videos of the highlights. Almost all unpublished.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Nigéria no Camboja! Transformações recíprocas intercontinentais. Isso é AIESEC meus queridos!!

Leia os adendos 1, 2 e 3 conforme aparecem na sequência do texto, pois é melhor para o conjunto. =)


Eu e Owna, o chefe de cozinha nigeriano.



             Eu nunca sei quando, acredito que muitos também não saibam...quando, quanto você pode se superar. Tanto é verdade que eu não sei qual era o limite anteriormente, apenas sei que era imaginário autoconstruído. Já estava me sentindo um tanto estranho, por mais que eu soubesse minha missão aqui neste país, com estes novos amigos ao meu lado, com um chefe que me adora, com crianças e adolescentes para os quais sou Deus na terra, por mais que tivesse tudo para estar perfeito o tempo todo, esse dia não estava. Algo em mim me dizia que eu não estava sendo bom o suficiente, não estava dando duro o suficiente, o campo passou por reformas e eu não estava trabalhando...então aproveitei para fazer meu turismo cultural.


            Aquele momento não conseguia mais comprar um souvenir, mesmo que cultural, mesmo que interessante, mesmo que por um bom preço: "Nossa, que custo benefício incrível!" Me fazia mal, sabia que dez minutos depois um garoto com um rosto terrível implorando esmola no sinal me traria sentimentos também terríveis. Não tenho como dar esmola para todos e sempre haverá mais deles do que minha boa vontade poderá ajudar. Mas mesmo vindo ao Camboja e pagando para ajudar, sentia que me transformo e me completo de tal maneira que voltaria devendo ainda mais. Não mais saberia o que fazer para sentir-me aliviado. A não ser racionalizar que algumas coisas simplesmente não estavam ao meu alcance. Pois este sentimento tem cura com a autosuperação, e com um capítulo interessante da história não apenas minha, mas de várias pessoas cujos destinos (uma garota especial gosta dessa palavra) se entrecruzaram na narrativa a seguir:
          Um dia anterior a esses pensamentos, um amigo mexicano que conheci aqui no Camboja me convidou para conhecer um autêntico jantar em um "restaurante de comida africana" coincidentemente perto de onde moro. Reticente quanto à generalização de todo um continente e procurando ser respeitoso com meus possíveis antepassados pedi pela especificação: "Que nação africana seria?" "Ahh, meu amigo! Nigéria e alguns poucos ganeses" respondeu, com grande confiança e propriedade. Fucking Awesome! pensei logo em seguida, aceitando o convite de prontidão.
              Quando cheguei ao local, um tanto escondido inclusive, notei tratar-se de uma pequena comunidade. Havia um corredor grande com duas mulheres e duas crianças, um aparelho de musculação com pesos enormes cromados muito lindos mesmo que fossem só pra decorar! O que não era, obviamente, pois quando adentramos o recinto tive certeza de que eu realmente não era o mais alto e robusto do Camboja¹, vi pelo menos 4 homens todos nigerianos, negros como haveriam de ser, cada um com pelo menos 1,80 robustos e fortes, sorrisos convidativos de orelha a orelha. Era nego pra marmanjo nenhum botar defeito! Senti um estranho orgulho, algo naquela recepção e ambiente já me afetara logo na entrada.
              Para quem não sabe a Nigéria fala inglês, portanto a conversa correu solta, livre. Falamos de tudo que queríamos. Nossos países, política, futebol...ai, o futebol...tomou conta do nosso tempo. Tão fanáticos quanto eu eles sabiam muito dos jogadores brasileiros. E eu sabia também dos jogadores nigerianos. O chef de cozinha que agora é muito meu amigo conhecia mais, seu nome é Owa. Conversamos sobre quando o Brasil perdeu para a que seria campeã Nigéria na semi-final das Olimpíadas de Atlanta, em 96. Jogo que eu assisti ao vivo aos meus 9 anos de idade. Dei a escalação da Nigéria para ele. Estarrecido por eu ter essas informações e por ser aparentemente novo perguntou-me: você pesquisou ou assistiu sobre isso??? - As duas coisas - respondi.  


Não resisto, então tenho que colocar esse vídeo aqui... rsrs




 Poderia transcrever nossas conversas sobre petróleo nigeriano, governo dos dois países, culinária e  sobre nossas cidades, mas deixaria este post longo demais. Entretanto, o mais importante não deixaria de narrar:

OWA: De que país vieram seus antepassados?
EU: Ohh, Owa, eu não sei exatamente... isso é uma vergonha.
OWA: Eles vieram da Nigéria.
EU: "WTF!? thought" Como você sabe???
OWA: Você disse São Paulo né?
EU: Ah mas meu pai que é o único negro, a família dele é do Rio...
OWA: Pois o trafico de pessoas foi o mesmo para estes lugares.
EU: ...  (pasmo)

... reflexão

...



pasmo...!

              Possivelmente descobri minhas origens. Pois tive que sair do Brasil, vir até o sudeste asiático, 22 horas de voo do meu país, 9 horas de fuso horário e chegar no Camboja para encontrar nigerianos... pra descobrir minha raiz africana, a qual meu avô, filho liberto de escravo ( meu avô paterno teria 109 anos se estivesse vivo) lutou amargamente para fazer seus filhos esquecerem o que considerava vergonha. Muito de nossa história foi apagada, não o culpo, foi ensinado assim. Sempre estranhei o sobrenome paterno PORTUGUÊS. Entretanto, neste momento foi ao meu encontro uma lembrança de que quando era criança meu pai fazia um  tipo de banana (absolutamente enorme, do tamanho de um mini-taco de beisebol) frita. E esse prato estava ali, na minha frente novamente. Outra coincidência?! Não creio. Algumas coisas, como essa, não se consegue apagar por sentir vergonha.


Absolutamente em casa, e em hora de partir prometi voltar lá em breve², no que o encontro mais importante também será descrito nesse mesmo post, em breve. Antes, um pequeno enxerto contextual...

              Estou morando em uma casa de família local com outros 18 estudantes voluntários da AIESEC, em sua maioria ali da Asia mesmo, Japoneses, Taiwaneses, uma australiana, uma indonésia e mais da metade de chineses. Eu do Brasil. Acontece que já tinha percebido, nos assuntos discutidos, uma certa visão estereotipada e perigosa acerca da população negra. Em específico, preocupou-me a visão de uma Taiwanesa...
              Ela é bonita, estuda contabilidade e adora números como todos os outros da casa, com exceção da Australiana que faz história. Diz não gostar de história e humanas em geral. Não sabe o que é mitologia grega, fala japonês mas diz não saber o que é um samurai. Teve aulas de etiqueta ao estilo conservador japonês, mas em sua terra, parecia ser um tanto rebelde quanto a isso. Enfatizava que algo que eu dizia não era educado quando se tratava da verdade nua e crua, se incomodava e dava risada, na verdade parecia mesmo era gostar de falar rindo: "haha, this is not polite!". Despreza toda cultura anterior a 6 meses atrás e gosta apenas de cantores que são jovens angelicais e isso significa menos de 25, a competência técnica é secundária, se é que existe como seu critério. Isso não é um julgamento e sim um perfil de fatos...meu querido amigo brasileiro não a odeie rs, essa tem sido a relação mais intensa que tive nos últimos 4 anos.
              Trouxe isso para justificar uma personalidade que define como black people todo negro que vê. Confesso que me incomodava no início, mas até hoje, um mês depois ela cutuca o meu nariz, não se conforma com o tamanho dos meus olhos e meu cabelo parece extremamente intrigante para ela, as vezes acho que ela prefere acariciar meu cabelo do que me beijar, sei lá,só impressão. Vejo que ela não teve contato NENHUM com nenhum negro ou descendente em toda a sua vida. Contou-me constrangida que não odeia nenhum deles, (claro né! ¬¬) mas que tem medo³, e que em taiwan os dois bolsistas negros obviamente de outro país que ela não sabe qual por não falar com eles, pois os amigos não deixam. Dizem que ele é Black People e a puxam de volta. Percebo que junto ao estereótipo há uma curiosidade profunda, uma admiração que não consegue disfarçar e isso é genuíno. Não sabe do preconceito que tem, mais uma vez, como meu avô, foi ensinada assim. É aqui que eu apareço...
              Eu nunca poderia deixar as coisas daquele jeito. Tivemos uma conversa séria mais nem tanto, em que eu procurava explicar o caráter dialético da realidade social dos negros ao redor do mundo, o que sofreram e ainda sofrem, como são tratados, sua cultura. Tudo isso com medo de que não pudesse ser absorvido imediatamente. Era informação demais. Era história demais. Seus melhores amigos, alguns europeus da França e Inglaterra alertaram-na desde sempre para o perigo da convivência com negros. Eles diziam ser os melhores em tudo, segundo ela. E ela parecia acreditar nisso... mas e aquela admiração? Não, ela não acreditava que eles eram melhores, apenas não queria e não tinha motivos para discordar ferrenhamente. Em abordagem diferente eu lhe disse: Se eles são melhores, acha mesmo que eles conseguiriam viver nas mesmas condições deles? Trabalhando pesado? Com aquele salário? Sem oportunidade? O silêncio e o seu arregalar de olhos me deram a resposta  inconsciente que eu esperava. Ainda tinha que completar: "Eles são tão humanos quanto você e eu, eles sentem medo, vergonha, abandono, choram quando alguem querido morre..." (eu sentia-me falando com uma criança) Sua expressão ia mudando artisticamente, seus olhos ficaram abatidos e procuravam o chão. Ela sentia vergonha e estava se curvando para trás se afastando de mim. Fiz-lhe calma e mostrei estar tudo bem. Ela veio próxima novamente e aquietou-se em mim novamente. Fiz com que ela me assumisse dois novos compromissos: que ela assistisse comigo um filme bem velho, de 1998 (rs), A Outra História Americana, o qual ela passou enérgica todo o tempo, e perguntando coisas. O segundo, seria ir comigo ao restaurante nigeriano... Com o mesmo receio curioso, ela aceitou.
             Não vou me alongar muito mais no encontro no restaurante, mas coisas importantes aconteceram. Ela teve medo de entrar quando viu meia duzia daqueles homens enormes dentro. A puxei pela mão e a apresentei como se deve. Minutos depois ela estava conversando sobre economia, culinária, e sobre Taiwan e Nigéria com perfeita desenvoltura, a vontade, deu gargalhadas barulhentas do qual me orgulho. Objetivo cumprido. Eu não fui o único a mudar profundamente com isso tudo. Mais pessoas nunca mais serão as mesmas...
                 Eis minha superação e minha contribuição que faltava, além de aprender, posso também ensinar, e isso é que faz a AIESEC tão incrível! Sempre senti algo pela Nigéria, nunca soube o porque, pesquisava sobre o país, admirava sua seleção de futebol e gostava de noticias relacionadas. Nunca fui muito religioso ou místico mesmo quando advogava pelo protestantismo, mas acho que aquele conceito de destino da minha Taiwanesa começa a ganhar força...



1-não que isso importasse muito pra mim, talvez em outros tempos mas não agora. O fato é que pensei isso antes por ter entrado em lojas para comprar roupas muito baratas mesmo e havia notado que não tinha um número que meu braço não ameaçasse literalmente rasgar se dobrasse o cotovelo e deixasse minha barriga de fora... e não é exagero. Já narrei em outros posts quão pequenos são os cambojanos. Não há gordos também.

2- Voltei outras 3 vezes lá, uma das vezes foi para cortar o cabelo pois não havia em todo o camboja, imagino, as tão comuns por aqui máquinas de cortar o cabelo, pois apesar de haver 3 cabelereiros por rua, e custar apenas 50 centavos de dólar, eles tinham em cima do balcão apenas tesouras e todo tipo de pentes para aqueles cabelos pretos e muito lisos da etnia khmer. Mas os nigerianos tinham, claro, e cortavam o cabelo ao som de uma música tradicional bem alegre que fazia o cabelereiro dançar nos intervalos entre
um ajuste e outro! haha. \o/

3- Ela, assim como todos os outros asiáticos tinham medo, percebi. Me contaram que seus pais os proibiam de viajar para América do Sul ou África, pois esses povos são perigosos em sua crença.


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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

(...) Choque Cultural parte 2!




CULTURA/HISTÓRIA

-Aqui no Camboja, está o maior complexo de templos do mundo, na provícia de Siem Reap. Angkor Wat e Angkor Thom são os mais famosos e grandiosos, mas há quilômetros e quilômetros de outros grandes templos. Leva-se cerca de 10 mins de moto de translado entre um e outro. São centenas deles. Estimo ser necessário 3 dias período manhã e tarde para ver todos.

- Todos construídos no Período Angkoriano. A religião até então era hindu, sendo que se vê frequentemente estátuas de Brahma, Khrishna e Shiva. Os 3 principais deuses hindus. O budismo apareceu e tomou forma no Camboja apenas em meados de 1500.

-Algumas estátuas tiveram que ser reconstituídas pois sofreram sérios danos no período ativo do exército do Khmer Vermelho, que tentou apagar o passado e a identidade do povo para formular outra para a revolução.

-Em Angkot Wat há 3 andares. O mais baixo representa o inferno, o segundo a Terra, e o terceiro, o topo, representa o Paraíso. Diferentemente da concepção ocidental, o ser humano pode transladar entre os mundos (sem escolha, espertinho!) de acordo com seus atos. Estar no inferno não é definitivo e não é uma condenação, é uma punição. Parecido, no máximo, com a idéia de purgatório, mas as semelhanças param por aí.

-Floating Village! Absolutamente fantástico, passei uma manhã lá mas gostaria de ter ficado uma semana. Uma aldeia toda acima das aguas de um rio. Mas não é como veneza, as casas são de madeira, e as sacadas e os interiores das casas mais parecidas com choupanas são visíveis do lado de fora. Se parares na frente de uma, consegues assisitir à televisão do sujeito! Visitei orfanatos e uma incrível quadra poliesportiva lá. Opaa! ia esquecendo do mais incrível! Um centro de comércio com crianças manipulando bichos estranhos como uma cobra enorme! De um lado do varejo você encontra souvenirs tradicionais de todos os tipos (gastei uma grana aqui...) e lá perto do cais... olha láa! Deixa ver o que tem naquela gradezinha de apenas um metro de altura e que dá visão para debaixo dos meus pés... WTF?!!!?!..."fucking god! This can´t be...". "Guiive-me one Dollár! Guiive-me one Dollár!" dizia o pequeno com uma cobra enrolada no pescoço, interrompendo meu espanto. 

Uma cobra enrolada no pescoço e o dedo do garoto na boca da cobra? ahh ta, nem é mais tão impressionante quanto...
"Crocodiles, sir" responde o guia do barco que me trouxe... veja o vídeo dessa cena. \o/
                  



           Veja a visão panorâmica do local:
                 



SOCIEDADE

- Os esportes são vistos sob um ângulo mais pacífico, não tem toda aquela gana de ganhar a todo custo. Essa competitividade que temos pelo Brasil eu não vi por aqui. É praticado com uma certa... delicadeza até. Não há anti-jogo, faltas (!!!) reclamações com o árbitro, com os companheiros fominhas... nada. Catimba nem pensar, nem se tentasse ensinar creio que conseguiriam fazê-lo. Fair play mais do que exacerbado. O foco parece ser completamente outro, que não sei definir até agora qual é. A idéia de jogar só brincando não me encaixa bem, brincar pra mim é dar o melhor de si e se surpreender com o resultado, nisso acho que nunca mudarei.

- Acho incrível pensar que, em um país em que as 8 da manhã de uma terça-feira de inverno que SEMPRE faz 31°C, haja tantos homens usando calça e camisa social de MANGA COMPRIDA, o tempo todo, durante tooodo o dia. Creio que 95% da população se veste assim, TODO dia. Não importa se você é frentista, garçom, ou PEDREIRO! Eles estão nas vestes descritas. Os outros 5%? Meus amigos, estes são os estrangeiros e turistas como eu. Por aí se tem uma idéia de quão formal é a população masculina neste país.

- Acredito que há uma exigência por essa formalidade. As próprias mulheres respeitam e olham com outros olhos para quão mais formal você é. (me fodi pouco ou não?! o que acham? haha...) O que as mulheres admiram e dão atenção será sempre o que você verá como prática habitual. Os homens respeitam, as mulheres admiram. Ciclo natural. Algo outro que anda de mãos dadas com os citados na admiração da mulherada por aqui é o status. Mais é mais. Mais poderoso afrodisíaco não há. Estar em um Tuk Tuk sozinho, é melhor do que na garupa de uma moto, ser estrangeiro ou ter autoridade em algum cargo são só alguns exemplos. Não que aqui no Brasil seja completamente diferente, mas a diferença aqui é de grau.

- Que tipo de qualificação você exigiria para um motoboy? Que a vida não está fácil pra ninguém todos sabemos. Mas em um desses dias chamei um motoboy passando na rua imaginando que ele saberia algo de inglês. (afinal, como ja disse antes, há uma grande parcela da população que fala, os do setor de transporte mais ainda, pelo que observei. Mais tarde descobri que os motoristas de tuk tuk, proporcionalmente falam mais inglês do que os simples motoboys, não projetei essa teoria antes por não ver tanta diferença social entre essas classes anteriormente. Doce engano. Temos mais um exemplo de status e suas correlações aqui, já que os turistas estrangeiros preferem mesmo as carruagens tuk tuk do que uma garupa de moto) Bem, este não sabia. Nada mesmo, só reconheceu a ultima palavra do "Do you speak english?" que respondeu mentirosamente com aceno de cabeça positivo. Tomei por suficiente, até agora todos puderam se comunicar, ou ao menos pude explicar em inglês onde queria ir. E eu tinha um cartão do estabelecimento o qual mostrei a ele. Número da rua (nem todas ruas tem nome, algumas são números) e número do restaurante de amigos nigerianos que conheci (em breve, post só desse incrível encontro!!!). Ele acenou novamente e no dinamismo da ação subi na garupa assim que lhe prometi 2 dólares pela ida. Estava pagando bem por aquela distância. Pois ele me levou a todos os pontos turísticos da cidade até que percebi que ele simplesmente estava chutando que lugar eu queria ir. Pedi que parasse e chamei um dos trocentos tuk tuk da calçada para que o explicasse Depois de conversar, o Tuk Tuk driver me disse que o próximo lugar que o motoboy tentaria me levar seria à 25 quilômetros dali. Resolvi dispensá-lo pagando apenas os 2 dólares mesmo que o erro não fosse meu. (ele ja esperava mais, porque rodou a cidade inteira praticamente) Eu saberia explicar o caminho, mas ele não podia entender... Paguei-o e dispensei-o. Todo mundo saiu prejudicado, exceto o Tuk Tuk driver que sabia falar inglês... E então meus amigos, Inglês em uma capital do Camboja agora é requisito para se trabalhar como motoboy. Principalmente porque pego de 2 a 4 transportes por dia e todos eram comunicáveis em ingles, exceto este ultimo. Alguém que por algum motivo não conseguiu aprender como os outros. Brasileiros?! Gostaria de ouví-los sobre. Nossa sociedade não é tão exigente quanto pensamos, não acham?!

- Um desses dias morreu um vizinho. Montaram 3 tendas de 10x10 metros com dezenas de mesas e cadeiras em baixo, bloqueando toda a rua. Interditada. Por uma semana. Vizinhos, familiares e amigos vestidos em belos trajes formais e sentados nas cadeiras em cima da rua cheia de poças de lama e pedregulhos. Música tradicional tocando das 6 da manhã as 10 da noite e todos conversando intensamente. Um ritual realmente diferenciado. Entretanto,  ninguem chorando ou muito deprimido, apenas serenos, apenas respeitosos. Outro tipo de processo de luto, para outra concepção de morte. Nunca é demais lembrar da religiosidade budista, que é presente e simbolo na própria bandeira nacional.



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Culture Shock Part 2!


CULTURE / HISTORY


-Here in Cambodia, is the largest temple complex in the world, in the Province of Siem Reap. Angkor Wat and Angkor Thom are the most famous and grandiose, but there are miles and miles of other major temples. It takes about 10 mins of bike transfer between them. There are hundreds of them. Be necessary to estimate three days period morning and afternoon to see everyone.

- All built in the Angkor period. The Hindu religion was until then, and it is often seen statues Brahma, Shiva and Khrishna. The three main Hindu gods. Buddhism appeared and took shape only in Cambodia in mid-1500.

-Some statues had to be reconstructed because it suffered serious damage in the active period of the Khmer Rouge army, who tried to erase the past and the identity of the people to formulate one for the revolution.
In-Angkot Wat There are 3 floors. The lowest is hell, the second Earth, and the third, the top represents the Paradise. Unlike the Western conception, the human being can translate between the worlds (no choice, smart guy!) according to their deeds. Being in hell is not final and is not a condemnation, is a punishment. Like, at most, with the idea of ​​purgatory, but the similarities stop there.

-Floating-Village! Absolutely fantastic, I spent a morning there but I would have stayed a week. A whole village above the waters of a river. But it's not like Venice, the houses are wooden, and the balconies and interiors of the houses look more like with cabins are visible from outside. If you stop in front of one, can you assisitir television the subject! I visited orphanages and an incredible sports field there. Heey! I forgot the most incredible! A trade center with children handling animals strangers like a huge snake! On one side you can find souvenirs traditional retail of all kinds (I spent some money here ...) and it near the pier ... looks laa! Lets see what that little fence only one meter in height and gives insight to under my feet ... WTF?!?! ... "Fucking god! This can not be ..." "Guiive me one dollar! Guiive me one dollar!" said the little with a snake around his neck, interrupting my astonishment. A snake coiled around his neck and the boy's finger in the mouth of the snake? all right, not quite as impressive as ...
"Crocodiles, sir," replied the guide boat that brought me ... watch the video of this scene between the portuguese text, above this english. \o/


SOCIETY

- Sports are viewed from an angle more peaceful, all that Ghana has to win at all costs. This competitiveness we have in Brazil I have not seen here. It is practiced with a certain ... gently up. There are anti-game absence (!) complaints with the referee, with fellow individualistic players ... nothing. "How-to-cheat" nor think, nor believe that if he tried to teach not do it. Fair play more than exacerbated. The focus seems to be quite another, which can not define so far it is. The idea of ​​playing just kidding I do not quite fit, play for me is to give your best and be amazed with the result, I think it'll never change.

- I find it incredible to think that in a country where the 8 am on a Tuesday that ALWAYS makes 31 ° C, there are so many men wearing pants and long sleeve dress shirt, all the time during the all day. I believe that 95% of he dresses well, EVERY day. Whether you are attendant, waiter, or MASON! They are described in robes. The other 5%? My friends, these are the tourists like me. So if you have an idea of ​​how formal is the population male in this country.

- I think there is a need for this formality. Women themselves respect and look with fresh eyes to how  you are more formal. (I just fucked or not? What they think? ... Haha) What women admire and pay attention will always be you'll see how practice. The men respect, admire women. Natural cycle. Something else that goes Hand in hand with those cited in the admiration of the ladies here is the status. More is more. More powerful aphrodisiac there is. Being in a Tuk Tuk alone is better than on the back of a motorcycle, being a foreigner or have authority in some capacity are only a few examples. Not that here in Brazil is completely different, but the difference here is one of degree.

- What kind of qualifications you would require for a motorcycle courier? That life is not easy for anyone we know. But in one of these I called one day motoboy passing on the street thinking he would know something of English. (After all, as we said before, there is great population that speaks the transport sector even more, so I watched. Later I discovered that drivers tuk tuk, proportionally speaking more English than the simple motoboys not designed for this theory before so did not see difference between these social classes previously. Sweet deception. We have another example of status and their correlation here, as that foreign tourists even prefer the carriages tuk tuk back of a motorcycle) Well, he knew not. Not even only recognized the last word of "Do you speak english?" who responded with falsely positive nod. Thougth  sufficient to now everyone could communicate, or at least explain in English where I wanted to go. And I had a card of the establishment which showed him. Street number (not all streets have names, some are numbers) and number of the restaurant Nigerian friends that I met (soon only post this incredible meeting!). He nodded again and went up on the dynamism of the action on the back so I promised him $ 2 for the trip.
I was paying for that right away. Well it took me to all the sights of the city until he realized he was just kicking it off I wanted to go. I asked him to stop and called a tuk tuk trocentos of the sidewalk to explain that the After talking, the Tuk Tuk driver told me that the next place that the motorcycle courier would try to take me to 25 kmthere. I decided to dismiss him paying only $ 2 even if the error was not . (He already expected more because the city ran almost entire) I could explain the way, but he could not understand ... I paid him and dismissed him. Everyone left harmed except the Tuk Tuk driver who could speak English ... And then my friends, one in English is now the capital of Cambodia requirement to work as a motorcycle courier. Mainly because caught 2-4 per day and transport were all communicated in English, except the latter. Someone who for some reason could not learn like the others. Brazilians?! I would like to hear about them. Our society is not as demanding as we think, is not it?!

- One of these days he died a neighbor. They set up three tents 10x10 meters with dozens of tables and chairs down, blocking across the street. Banned. For a week. Neighbors, relatives and friends dressed in beautiful formal attire and sitting in the chairs on top of the street filled with puddles of mud and boulders. Traditional music playing 6 am to 10 pm and all talking intensely. A ritual really differentiated. However, nobody crying and very depressed, just quiet, just respectful. Another type of grieving process, to another conception of death. It is worth remembering the Buddhist religion, and it is this symbol
in their own national flag.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

(...) aparecem as escolhas dolorosas!

           


            Escolhi voltar a sofrer. Tive uma decepção inesperada com alguém que gostava. Foi toda essa incessante experiência intensa de emoção aqui, sozinho, em lugar completamente desconhecido que me despertou várias latências. Ponto, Pronto. O post de hoje acabou, o resto é autoreflexão.
             A minha antiga máxima: ou você é opressor.. ou oprimido, ou voce magoa, ou é magoado, até encontrar plenitude e estabilidade suficiente pra conseguir lidar com revezes que sabidamente nunca vão acabar.
             Hoje eu retornei a ser e escolher como na infância, quando nao se entende as coisas e apenas reage ao ambiente com base no que sente, quero aquela sinceridade de vida. Aquele mesmo brilho nos olhos que me motiva a ser mais emoção do que razão, exige que eu pare de ler sinais para "o que aquela pessoa quer dizer com isso" e possivelmente "o que será que ele/a pensa de mim". Esse tipo de coisa não interessa a uma criança que age com o coração. Voltei a escolher conscientemente o que há muito tempo não era. Escolhi ser aquele que se magoa e se decepciona com as pessoas ao seu redor. Escolhi manter meus padrões éticos, manter a postura sincera, escolhi o risco de confiar suas emoções à pessoas as quais não sabia se sentiriam o mesmo. Escolhi não me vingar, não guardar rancor, não tirar satisfações, escolhi sequer tocar no assunto. Minha decepção não é assunto para se tratar com pessoas insensíveis, ou aqueles que optaram pela primeira opção descrita no primeiro parágrafo.
              Isso tudo agora é meu, e desse lado do mundo, posso dizer que tem sido intenso. Escolhi que o estímulo inesperado tem que ser descartado imediatamente, independente de contingências sociais, definitivamente o meu interior não responderá mais a esse tipo de contingência, e para isso, tentarei afastar todo tipo de hipocrisia que impeça-me de buscar meus objetivos com relação ao que sinto e somente isso. Talvez radical,mas eu prefiro chamar de "direto ao ponto", sem mais delongas, sem jogos de adivinhação. É ou não é. Quer ou não quer. Gosta ou não gosta. Não há mais espaço para mentirinhas sociais. Sempre tive dificuldade de mentir socialmente, agora está pior. Vou me sentir traído se o fizer por covardia.
              Acontece que agora não me conformo mais com emoções medianas, eu quero uma vida cem por cento. Não um cem por cento estático. Esse é um que quando você atinge os cem, ele passa a representar menos e você precisar de mais, os cem por cento sofrerão inflação agora. Sempre será necessário superar os iniciais para me fazer satisfeito. Estou a treinar a insaciabilidade emocional. E para isso pretendo cercar-me apenas de pessoas cujo brilho não cessa. Porque haverá troca. O meu objtivo já disse aqui mesmo, é o fluxo trocado de experiências, de energias, de vida entre pessoas assim ricas, e não mais
ser admirado e respeitado. Se eu quiser ser respeitado demais, vou acabar conseguindo distância. Formal demais, e acabarei perdendo qualquer vínculo de intimidade. Acredito que estes últimos valham para todos.
              Tenho por meta evitar essa masturbação do sentimento medrosa que é a busca por elogios e/ou opiniões favoráveis. O ser humano PRECISA se livrar desse eterno inflar de ego que nunca se satisfaz, esse sentimento que te suga até perderes a própria humanidade e a noção de seu real valor como pessoa. Esse sentimento é medroso, ao invés de permitir completude ele te diminui para manter-se distante e seguro da decepção. É um cem por cento que ao invés de inflacionar, recua. Ele impõe teu sentimento para valer cada vez menos e  petrifica-te! Metaforicamente materializa a paralisia para lhe dar a segurança do imutável. Não és mais humano, és pedra, uma estátua que somente representa a forma física do que foi um dia. É o aparente.
              Outra máxima que acredito mais do que a primeira que apresentei hoje: Sou uma pessoa que tende ao 8 ou 80. E essa segunda tenta desmentir a primeira. Não, o mundo não é constituído de apenas opressores e oprimidos, mas de consciência do que se quer na vida. Hoje escolhi não ser medroso, e isso nada tem a ver com ter que escolher entre opressor ou oprimido, que é uma forma simplista que usei para iniciar este texto. Dito opressores talvez acreditem no imutável. Eu acredito que isso seria, no máximo, ser treinado para a zona de conforto. Eu não, eu farei cair as máscaras do medo e da vergonha, nem que para isso eu tenha que me quebrar a cara depois de ter me notado novamente como pedra.



Peço desculpas aos meus amigos brasileiros que tanto querem saber sobre o país, e eu apareço hoje com esse texto piegas! Mas a inspiração não se controla, e nem os seus dias ruins!

Próxima terça eu volto a escrever sobre algo menos abstrato! 





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I chose to suffer again. I had an unexpected disappointment with someone he liked. It was all this incessant intense experience of emotion here, alone, in place completely unknown that woke me up several latencies. Point, Ready. Today's post is over, the rest is self-reflection.
             
My old maxim: you are either oppressive .. or overwhelmed, or you hurt, or is hurt, to find fulfillment and stable enough to cope with setbacks that are known to never go away.
             
Today I went back to childhood and choose how, when no one understands things and only reacts to the environment based on what you feel, honestly want that life. That same twinkle in his eye that motivates me to be more emotion than reason, requires that I stop reading signs for "what that person means by it" and possibly "what does he / she thinks of me." This kind of thing does not interest a child who acts with his heart. I returned to consciously choose what was not long ago. Chosen to be one who is hurt and disappointed with the people around you. I chose to keep my ethical standards, maintain posture honest, I chose the risk of trusting your emotions to the people that did not know they would feel the same. I chose not to take revenge, do not hold grudges, do not get satisfaction, I chose not even touch it. My disappointment is not subject to deal with insensitive people, or those who chose the first option described in the first paragraph.
              
All this is now mine, and that side of the world, I can say it has been intense. I chose the unexpected stimulus must be discarded immediately, regardless of social contingencies, definitely my most inner not respond to this type of contingency, and for that, try to remove every kind of hypocrisy that prevents me to pursue my goals with respect to I feel and only that. Perhaps radical, but I prefer to call "to the point" without further ado, no guessing games. Is or is not. Whether or not either. Likes or dislikes. There is no room for social fibs. I always had difficulty lying socially, is now worse. I will feel betrayed if they do because of cowardice.
              
It turns out that now I will not resign over medians with emotions, I want a life one hundred percent. Not a hundred percent static. This is one that when you reach the hundred, he comes to represent less and you need more, one hundred percent will suffer inflation now. Always be necessary to overcome the initial to make me happy. I'm training the emotional insatiability. And for that I want to surround myself only people whose radiance never ceases. Because there will be exchange. My goal has said here, the flow is exchanged experiences, energy, life among people so rich, and no morebe admired and respected. If I want to be respected too much, I end up getting away. Too formal, and end up losing any bond of intimacy. I believe that the latter for all worth.
              
I have a goal to avoid the feeling that masturbation is fearful that the search for compliments and / or favorable reviews. Humans NEED to get rid of this eternal inflating the ego is never satisfied, that feeling that sucks you up losing his own humanity and the notion of its real value as a person. This feeling is fearful, rather than he will allow completeness decreases to keep away the disappointment and secure. It is one hundred percent that rather than inflate, retreats. It requires to be worth your feeling less and petrifies you! Metaphorically materializes paralysis to give you the security of unchanging. There are more humane, art rock, a statue that represents only the physical form of what once was. It is apparent.
              
Another maxim which I believe more than the first one I have presented today, I am a person who tends to the 8 or 80. And this second attempt to disprove the first. No, the world is not composed of only oppressors and oppressed, but knowledge of what one wants in life. Today I chose not to be fearful, and this has nothing to do with having to choose between oppressor and oppressed, which is a simplistic way I used to start this text. Said oppressors may believe in the immutable. I think this would at most be trained to the comfort zone. I do not, I'll drop the mask of fear and shame, even for this I have to break my face after I noticed again as stone.




I apologize to my Brazilian friends who want to know as much about the country, and I appear today with this text corny! But inspiration is not controlled, nor their bad days!Next Tuesday I'll be back to write about something less abstract!